🧬 Sequenciamento do genoma de lula-vampiro revela segredos da evolução dos cefalópodes

Pesquisadores completam o genoma da rara lula-vampiro, abrindo novas perspectivas sobre como estes animais evoluíram e como suas linhagens se dividiram ao longo de milhões de anos.

Marina Oliveira

12/18/20251 min read

Cientistas anunciaram nos últimos dias a conclusão do sequenciamento completo do genoma da lula-vampiro (Vampyroteuthis infernalis), uma espécie de cefalópode que habita grandes profundidades oceânicas e é considerada um “fóssil vivo” por suas características únicas. A pesquisa foi publicada na revista científica iScience e traz à tona informações detalhadas sobre a genética deste organismo intrigante, cuja linhagem evolutiva se separou muito cedo dos ancestrais de lulas e polvos modernos.

O genoma da lula-vampiro é excepcionalmente grande — cerca de 11 bilhões de bases, quase quatro vezes o tamanho do genoma humano — e preserva arranjos cromossômicos ancestrais que ajudam os pesquisadores a entender como os cefalópodes evoluíram ao longo de centenas de milhões de anos. Essa conservação genética é rara em outras espécies marinhas e oferece um quadro mais claro da história evolutiva desses animais.

Por viver em ambientes de grande profundidade e ser difícil de observar em vida, a lula-vampiro sempre foi um desafio para os biólogos marinhos. A obtenção e análise de seu genoma exigiram tecnologias genômicas avançadas e colaboração internacional entre laboratórios especializados em biologia molecular e evolução.

Além de contribuir para o conhecimento evolutivo dos cefalópodes, os dados genéticos também podem oferecer insights sobre adaptações a ambientes extremos e características biológicas incomuns, como alta tolerância à pressão e metabolismo específico para a vida nas profundezas.

Especialistas afirmam que essa descoberta não apenas amplia a compreensão científica sobre um grupo animal fascinante, mas também poderá influenciar estudos futuros sobre genética comparativa e biologia evolutiva em outros organismos marinhos.